domingo, 30 de novembro de 2008
O jornalismo online sm sentido genérico
Mark Glasser, a longtime freelance journalist who frequently writes on new media issues, gets to the heart of it:
The idea behind citizen journalism is that people without professional journalism training can use the tools of modern technology and the global distribution of the Internet to create, augment or fact-check media on their own or in collaboration with others. For example, you might write about a city council meeting on your blog or in an online forum. Or you could fact-check a newspaper article from the mainstream media and point out factual errors or bias on your blog. Or you might snap a digital photo of a newsworthy event happening in your town and post it online. Or you might videotape a similar event and post it on a site such as YouTube.
Fonte : Wikipedia
As competências do jornalista em ambiente web: revisões
Para Lasica (1997), torna-se fundamental ao jornalista do novo suporte, interiorizar os princípios que os jornalistas tradicionais assimilaram: boas técnicas de entrevista, capacidades sólidas de pesquisa, tenacidade, velocidade, rigor, flexibilidade e uma escrita atractiva, para dar uma maior consistência à notícia agora veiculada através de fóruns, inquéritos, materiais de background, documentos de suporte, áudio, vídeo, mapas e gráficos interactivos, arquivos pesquisáveis, entre outros. Por outro lado, torna-se essencial uma dedicação e actualização constante de conhecimentos que emergem a um grande ritmo e impõem um estudo das novas ferramentas, do HTML e Webdesign, assim como, torna-se fundamental o desenvolvimento de um conjunto versátil de capacidades e a participação em discussões on-line.
Os jornalistas devem adquirir conhecimentos relativos às ferramentas básicas da web, de forma a utilizar a Internet para pesquisar informação, programação básica de HTML para dominarem a construção das páginas web, produção digital de áudio e vídeo e técnicas de programação na web relacionadas, para adicionar elementos multimédia ao texto jornalístico, desafiando-lhe a elaborar modelos de narrativa, técnicas de edição, sistemas de circulação e géneros jornalísticos adequados ao entorno do ciberespaço (Doug Millison, 1999).
Efectivamente, a transposição de conteúdos jornalísticos para a Internet teve particular consequência a prazo, com o investimento em recursos humanos adaptados às características do novo meio. Estes profissionais, detentores de conhecimentos ao nível da interactividade e manipulação simultânea de texto, som e vídeo, ramificada em múltiplas comunidades virtuais fisicamente distribuídas, rapidamente passaram a operar com ferramentas como o hipertexto e respectivos programas de escrita, correio electrónico, transferência de ficheiros, motores de busca na web e grupos de discussão, bem como, a lidar com uma quantidade imensa de dados, nem sempre fiáveis, disponíveis na maior rede de redes de computadores do mundo (Bastos, 2000).
A Internet além de criar novas formas de jornalismo também exige um novo perfil de conhecimento para o profissional que assimila novas competências (Carl Stepp, 1996) . Nesse sentido, Arturo Merayo Pérez (2000) refere que as alterações efectuam-se ao nível da sua formação, reflectidas na capacidade multimédia, na qual todos os meios serão multimeios, exigindo do profissional da comunicação aptidões e apetências para trabalhar com as diversas elementos integrantes da informação multimédia.
Para Concha Edo (2000), as competências multimédia tem que ver com uma conversão dos jornalistas em fornecedores de conteúdos, tanto para jornais, rádio, televisão e Internet.
Perante este cenário, Anabela Gradim (2002), afirma que o jornalista do futuro será uma espécie de «MacGyver», um profissional multifacetado, trabalhando sozinho, equipado com uma câmara de vídeo digital, telefone satélite, laptop com software de edição de vídeo e html, e ligação sem fios à Internet. Um «One man Show», como Gradim lhe chama, capaz de produzir e editar notícias para vários media: a televisão, um jornal impresso, o site da empresa na Internet, e ainda áudio para a estação de rádio do grupo.
Journalism Online em sentido restrito: algumas revisões
Journalism Online em sentido restrito: algumas revisões
Journalism Online em sentido restrito: algumas revisões
A personalização pensa a configuração dos produtos de acordo com os interesses individuais dos usuários. Mas, o facto do utilizador percorrer os seus próprios trajectos, optando entre os links disponíveis e construindo uma linearidade narrativa particular, também caracteriza uma forma de personalização.
A informação personalizada é uma prática cada vez mais comum no webjornalismo porque possibilita o acesso por parte do leitor às notícias dos assuntos da sua preferência. Possuindo uma informação cada vez mais específica e individualizada, tem recebido um reconhecimento e uma procura significativa por parte das audiências deste novo suporte (Guérin, 1996).
Alvarez Fernández (1996) constata que o mercado se segmentou, sectorizou, sob uma poderosa tendência para o individualismo. Cada pessoa, consumidor de informação e comunicação, sente-se em condições, perante a multiplicidade da oferta e as facilidades de acesso, de organizar a sua própria ementa, de decidir o que lhe interessa e gosta a cada momento. E um dos pontos fulcrais para o futuro, circundará em torno da oferta de serviços «a la carte» e da possibilidade de os jornais se transformarem em pontos de venda de serviços.
Por seu lado, Nicholas Negroponte (1996: 164) sublinha que esta prática dá destaque aos interesses particulares e específicos de cada leitor, permitindo-lhe o acesso apenas aos artigos por si desejados, uma espécie de Daily me («diário de Mim»), onde a audiência tem a possibilidade de montar os seus pacotes informativos próprios, de acordo com as suas necessidades, ausentes de limitações espaço-temporais.
Journalism Online em sentido restrito: algumas revisões
Os meios de comunicação social tradicionais sempre tiveram algum tipo de interactividade, como nas secções de cartas de jornais e televisões e nos telefonemas para programas de rádio (talk rádio), mas é através do webjornalismo que essa interactividade se intensifica. Efectivamente, a interactividade é uma das características mais proeminentes que distingue os media digitais dos media tradicionais. A tecnologia da Internet permite uma verdadeira comunicação bi-direccional, utilizando o correio electrónico e os fóruns de discussão como meios de interligação na comunicação de massas ou na comunicação relacional em pequena escala (Kopper et al., 2000).
Existe uma «automatização» na leitura das notícias através dos hiperlinkes, com a possibilidade do leitor enviar formulários com comentários sobre uma notícia e ver as suas observações colocadas imediatamente à disposição de outros leitores, assim como, a facilidade de participação em votações sobre temas polémicos (Millison, 1999).
Actualmente, os jornalistas, não se resumem só à publicação das notícias. Eles encetam um processo que lhes permite desenvolver um diálogo, em tempo real, entre um jornalista e um leitor ou entre jornalistas e leitores (Pavlik, 2000).
Segundo Luciano Martins (cit. In Mielniczuk, 1999), a interactividade funciona como um sinal de que aquele conteúdo alcançou o leitor de uma maneira mais emocional ou até mais profunda, e o feed-back processa-se pelo seu e-mail, como mensagem de retorno.
Esse impulso é transmitido pelos jornais da web através dos emails, em todas as edições, por meio de uma tela que remete aos e-mails das edições e de outras secções do jornal como assinaturas do jornal, clube do assinante, entre outros, e através do fórum, uma secção que disponibiliza mensagens enviadas pelos leitores a respeito de assuntos propostos ao debate pelo jornal. Será necessário, para que haja interactividade no jornal na web, uma actualização constante, uma agilidade para tratar e divulgar informações, uma forma de hipertexto para facilitar a localização da informação, um design adequado à Internet, uma diversificação dos assuntos oferecidos pelo jornal, um arquivo e uma possibilidade de pesquisa/modo de busca (Mielniczuk, 1999).
De acordo com Bardoel e Deuze (2000), a notícia na web consegue colocar o leitor como parte activa do processo jornalístico, quer na troca de emails entre leitores e jornalistas, através da disponibilização da opinião dos leitores, como se passa em sites que albergam fóruns de discussões e através de chats com jornalistas. Arlindo Machado (1997) lembra que a interactividade ocorre também no contexto da própria notícia, considerando que a navegação pelo hipertexto também pode ser classificada como uma situação interactiva.
Quanto aos aspectos necessários para um jornal online ser interactivo, os utilizadores apontam a actualização constante; a agilidade para tratar e divulgar informações; a forma de hipertexto (para facilitar a localização da informação); o design adequado à Internet; a diversificação de assuntos oferecidos pelo jornal; o arquivo e a pesquisa/modo de busca.
Journalism Online em sentido restrito: algumas revisões
A hipertextualidade é uma escrita/leitura não linear num sistema informático.Implica Um processo que permite um acesso não sequencial à informação, por meio de ligações de textos entre si, podendo passar-se de um assunto para outro por meio de conexões, assim como, estabelecer referências cruzadas, criar documentos novos, estabelecendo conexões entre todas as partes dos temas consultados e depois seleccionados. Mas, o hipertexto quando sofre uma extensão através de elementos sonoros ou audiovisuais, chama-se «hipermédia». As ligações dinâmicas que se estabelecem no hipermédia permitem que imagens e sons se associem de modo linear a textos e a outros sons e imagens de forma a facultar um sistema de circulação fluente nos signos que compõem a gramática áudio-scripto-visual.
A hipertextualidade torna-se fundamental no jornalismo da web porque traz a possibilidade de inter-conectar textos noticiosos através de hiperligações para outros textos complementares (fotos, sons, vídeos ou animação), outros sites relacionados com o assunto ou material de arquivo dos jornais. Trata-se de um padrão de organização da informação que até então não tinha sido utilizado na narrativa jornalística.
Jornalismo On Line: algumas revisões
Em primeiro lugar, diferenciei jornalismo on line num sentido restrito de Jornalismo OnLine num sentido amplo.
No sentido restrito, jornalismo online é a produção e edição de um texto noticioso num ambiente digital.
No sentido amplo é o conjunto de práticas jornalísticas realizadas na WEB: Citizen journalism, participative journalism, wikijournalism, por exemplo.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
O futuro dos Meios de Comunicação
Como se vê as perguntas são muitas, contudo as respostas estão para surgir e de certo não serão as mais corretas.Porém para percebermos melhor este tema será pertinente vermos o seguinte video que se segue…
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Escrita na Imprensa Vs na Net
Uma sobre as diferenças entre escrever para um jornal tradicional e conteúdos na Web.
Outra, do mesmo autor, sobre curiosidades que podem ser úteis e dicas sobre como escrever para a Internet.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Mudanças nos media
Antes da Internet aparecer, existia sempre um filtro entre quem produzia a informação e quem a consumia. Nos jornais, nas rádios e nas estações de televisão existia, entre o jornalista que redigia a notícia e o público, uma cadeia hierárquica que avaliava a qualidade do texto, a sua veracidade, o seu respeito por princípios éticos e deontológicos.
Na Internet, isso não existe. Nos “sites” pessoais ou nos “blogs”, a noticia passa directamente das mãos de quem a escreve para quem a lê. Não existe qualquer filtro que evite excessos ou imponha o respeito por certas regras. Todos os disparates, mentiras, ataques pessoais, vinganças, difamações são possíveis.
Claro que isto não teria grande importância se se circunscrevesse ao universo da Internet, só que a Internet começou a contagiar os outros media. A partir do momento em que uma notícia aparece num “site” ou num “blog”, dá-se por vezes início a um processo diabólico. Os jornais tablóides, que antes não admitiam ponderar sequer a publicação de determinada notícia sentem-se protegidos pela sua divulgação na Internet e fazem manchete com ela. Atrás dos tablóides vêm as televisões. E atrás das televisões vêm os jornais chamados “de referência”. Que critérios regem este processo? Nenhuns.
Assim, chegamos a um paradoxo: a liberdade de imprensa, sem a qual não existe democracia, começa a ameaçar a convivência democrática e a existência cultural.
Uma questão de fundo está latente em toda a problemática analisada: qual a função, papel e responsabilidade dos media na nossa sociedade?
Não podem esquecer que existem regras e princípios básicos cuja preservação se afigura essencial para que a comunicação não se transforme noutra coisa qualquer ou numa mistura de outras coisas (espectáculo, publicidade, ficção, divertimento, propaganda…) e que procure pelo contrário ser um elemento essencial para a construção e funcionamento da democracia assente em bens culturais.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Jornalismo ou Literatura
Jornalismo ou literatura, ficção ou informação. O dilema não está apenas nisso. A ficção é informação muitas vezes. Aliás, unicamente através da ficção é possível em certas ocasiões contar alguns acontecimentos da nossa realidade. As notícias, as reportagens, não só devem ser verdadeiras, talvez possam não o ser, mas têm de resultar credíveis. Os romances não têm porquê, ainda que respondam a uns factos certos e comprovados.
A questão não está em saber se uma boa reportagem se pode arruinar com a realidade, mas na atitude de quem a escreve e de quem a lê, quer se trate de um texto informativo, quer pretenda ser uma obra literária. Algumas grandes reportagens, a famosa “História de um náufrago” de García Márquez, por exemplo, são também extraordinárias narrações, autênticas obras-primas da literatura universal. Por outro lado, existem livros, que não poderiam ter sido escritos, provavelmente, sem a capacidade de observação e o amor pelo detalhe que qualquer repórter deve possuir.
Sem dificuldade se percebe que jornalismo e literatura vivem numa espécie de fusão amorosa não explicada na qual são, no fim de contas, indiferenciáveis os seus perfis individuais. No entanto, na minha opinião, jornalismo e literatura são duas carreiras muito diferentes, ainda que se possam exercer as duas ao mesmo tempo. Naturalmente, têm não pouco que ver entre si, sobretudo se considerarmos o tratamento da escrita, mas há algo que a meu ver as distancia, algo muito mais importante do que o rigor dos dados que utilizem ou o respeito pela verosimilhança do que contam. Estou a referir-me ao sentido do tempo em cada caso. O jornalismo descansa no efémero, é a sua razão de ser. A literatura sofre a atracção do tempo.
Este sentido do tempo, no jornalismo, é uma coisa especial. A antecipação, o chegar antes, parece que forma parte da sua condição vital. É um mundo de pressas, no qual a reflexão se faz numa prática…quando se faz, e ainda é melhor fugir dela, pois já se sabe que os jornalistas são responsáveis por narrar os factos independentemente das consequências que isso tenha. Os jornais saem todos os dias, escrevem-se todos os dias, nascem e extinguem-se diariamente. O tempo arrasa-os com uma facilidade incrível. O tempo é mais forte do que os juízes, que a censura, que os leitores e que a verdade.
Nada que se faça tão apressadamente como um jornal pode perdurar, e não tem sentido encará-lo, por isso, com ânimo literário. Por isso, entre jornalismo e literatura, bem, os jornais podem conter textos literários, como complemento das exigências do leitor. Porém, um diário vende-se, sobretudo, pelas suas notícias; pelo interesse, a importância e o impacto que tenham as suas notícias. Porém, não se deve tirar a conclusão de que não é preciso escrever bem para ser jornalista. Sujeito, verbo e predicado são a regra de ouro desta profissão. Uma coisa demasiado clássica para ganhar um prémio Nobel, mas que não deve ser tão fácil de pôr em prática, a avaliar pelas agressões à sintaxe com as quais os jornais nos presenteiam todos os dias.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
É possível ser multi-funções sem ameaçar a qualidade?
Há muito que na imprensa regional o jornalista é multi-tarefas. A ponto de provocar o espanto a colegas da imprensa nacional, quando estes tomam contacto com uma realidade diferente e mostram dificuldade em perceber como se podem tirar apontamentos e fotografar ao mesmo tempo. Eles que por vezes até têm quem lhes conduza o carro e podem recorrer a profissionais para lhes compilar informação com vista a uma investigação.
Mas o jornalismo multi-funções, com a disseminação das novas tecnlogias da informação e comunicação (TIC), ganhou outra dimensão. A frase que li no texto do professor fez-me lembrar as novas atribuições dos jornalistas da Lusa. Neste momento, embora ainda em período experimental, os jornalistas da âgência andam com bloco, câmara digital, para captar vídeos ( de onde podem retirar as imagens) e ainda o tripé. Tudo desmontável, numa mochila que carregam às costas. Desde há umas três semanas que acontece o mesmo com o correspondente aqui na Cova da Beira.
Acho bem que os jornalistas se valorizem, que aprendam a trabalhar em várias plataformas. Já tenho algumas reservas em relação ao produto final. Se em alguns casos não fará grande diferença montar a câmara, controlar a imagem, o som e ouvir com atenção o que é transmitido, não me parece que isso seja sempre possível, sem pôr em causa o resultado final, sem descuidar algum aspecto.
Uma coisa é ser versátil, outra são as imposições das empresas que em algumas circunstâncias podem ir para além do razoável. O aproveitamento de sinergias deve ter limites, até porque as "linguagens" utilizadas nos diferentes meios têm características próprias.
Imagem pilhada do blog Gravyway.
Ana Rodrigues
terça-feira, 4 de novembro de 2008
A teia da concentração dos media
A concentração tem sido a tendência. Na Europa o grupo alemão Bertelsman e o francês Havas são proprietários de uma imensidão de órgãos de informação.
Link Journalism
http://www.readwriteweb.com/archives/link_journalism.php
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Alterações empresariais: alguns exemplos
Se tivermos em conta que esta tendência se verificou nas cadeias americanas já de si assentes no modelo comercial de televisão, e, se tivermos em conta a comparativa juventude do modelo concorrencial de Televisão em Portugal compreendemos que esta alteração seja ainda mais consistente e acentuada no caso português. A título de exemplo, veja-se o caso recente de Maddie McCann sobre o qual na Televisão portuguesa, no decurso do mês de Maio de 2007 foram produzidas 747 peças, num total de 41 horas, 43 minutos e 7 segundos, divididos pelo canal público RTP e pelos canais privados SIC e TVI da seguinte forma: RTP, 216 peças, 11: 27”: 11’; SIC, 284 peças, num total de 18: 40”: 02’ e TVI, 247 peças ao longo de 11: 35”: 45’.
Contextos de mudança III (Síntese da aula anterior)
As novas alterações estruturais da indústria mediática conduziram ao grande aumento do custo de produção, devido à necessidade de reconversão tecnológica; necessidade de grandes investimentos na área do marketing, promoção e publicidade, segmentação da oferta e instauração de uma concorrência feroz. (Cfr. Correia, 1997: 70). Verificam-se, na área da informação, necessidades crescentes de integração multimedia em outros sectores das indústrias culturais para potenciar as possibilidades de promoção recíproca e induzir retornos rápidos do investimento. Estas alterações traduziram-se numa luta desenfreada pelas audiências com o aumento das soft news e também numa redução significativa de custos em detrimento dos recursos humanos destinados a outro tipo de informação, assim como na concentração de um número maior de tarefas num número menor de trabalhadores. A questão que se levanta na integração em grandes cadeias e conglomerados tem a ver com o efeito que a necessidade de retorno de investimento tem sobre o jornalismo praticado. Quanto mais lucro, a firma exige, menos dinheiro disponível existirá para ser dispendido em jornalistas e cobertura noticiosa e mais delegações serão encerradas. Este tipo de políticas traduz-se ao nível jornalístico numa alteração dos géneros noticiosos, com um aumento da percentagem de soft news e de infotainment.
Contextos de mudança II (Síntese da aula anterior)
Contextos de mudança (Síntese da aula anterior)
Quanto às alterações no sistema político, intensifica-se uma adequação dos discursos tradicionais acerca dos assuntos públicos às necessidades organizacionais e às convenções narrativas dos mass media. A questão da legitimidade é, cada vez mais, uma questão comunicacional que se joga num espaço público altamente massmediatizado. Nunca as questões relativas às interfaces entre jornalismo e sistema politico despertaram tanto interesse nem foram tão decisivas, bastando para tal pensar nas polémicas desenvolvidas em torno da Guerra do Golfo ou da cobertura do terrorismo.
Quanto às alterações no sistema comunicativo, estas incluem:
A) Uma mutação generalizada das condições empresariais e tecnológicas em que se de desenvolve o mercado dos mass media.
B) A consolidação do modelo concorrencial de televisão e de radiodifusão em moldes cada vez mais agressivos e hegemónicos.
C) A emergência do webjornalismo, a aparição, por influência, da Internet de actividades designadas por «parajornalísticas» (ex: blogs);
D) A alteração radical das plataformas tradicionais de distribuição do conteúdos.
E) O surgimento do interesse público pelas condições de exercício do jornalismo manifesto em observatórios, onbudsman e outras organizações de vocação cívica.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
domingo, 5 de outubro de 2008
Vários links sobre new journalism
Um texto interessante e esclarecedor (embora mereça reservas) sobre o novo jornalismo e uma forma bizarra de jornalismo que lhe é próxima chamada Gonzo Journalism. Ambos se relacionam com experiências sobre a interacção entre jornalismo e literatura.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Síntese da aula 1 : características do enunciado jornalístico tradicional
b) Actual, no sentido em que se refere a acontecimentos que ocorreram normalmente há pouco tempo e transportam alguma espécie de urgência no seu conhecimento: é o que se acaba de produzir, anunciar ou descobrir (Cfr. Fontecuberta, 1993: 16).
c) Relevante no sentido em que enuncia um acontecimento que repercute sobre a vida quotidiana do seu auditório. Convém precisar que as estruturas e sistemas de relevâncias variam consoante as culturas, as comunidades, os grupos e os indivíduos pelo que a identificação dos problemas e dos interesses e, consequentemente, a relevância dos assuntos, também é, ela própria, variável.
d) Dotado de periodicidade, no sentido não de regularidade (isto é de um discurso que se formula através de edições que tendem a ser apresentadas com intervalos idênticos entre si), mas no sentido de um discurso que se actualiza em edições, numa sucessão que, idealmente, deve ser o mais rápida possível.
e) Público no triplo sentido: 1. circula em espaços de acessibilidade geral e a todos abertos em relação aos quais não existe habilitação prévia para a sua frequência; 2. é considerado como possuindo um interesse colectivo; 3. renega a ideia de segredo ou de sabedoria privada ou especializada, no sentido em que baseia a sua actividade na divulgação do saber e na simplicidade .
Objectivos
1. Identificar e reflectir criticamente sobre as mudanças no paradigma jornalístico tradicional aos níveis tecnológico, organizacional, industrial.
2. Identificar e reflectir criticamente sobre as mudanças no paradigma jornalístico ao nível dos processos públicos de mediação.
3. Identificar e avaliar os novos percursos do campo jornalístico: jornalismo público e cívico, jornalismo de precisão e jornalismo assistido por computador, Jornalismo Etnográfico, webjornalismo e jornalismo on line.
4. Identificar e desenvolver algumas competências jornalísticas relacionados com esses movimentos e tendências de ruptura .
Normas de avaliação
Realização de uma frequência sobre conceitos ensinados no Ensino Teórico e Teórico – Prático. Terá um valor de 40%.
Realização de 1 trabalho individual sobre um trabalho a seleccionar pelo aluno. O trabalho terá um mínimo de 10 páginas. Serão feitos individualmente e apresentados na aula. Serão tidos em conta os seguintes elementos: a) clareza e a correcção da escrita; b) A originalidade da pesquisa. Terão um valor de 40%
Assiduidade e participação: 20%. Na participação será tida em conta a discussão dos trabalhos, por parte dos restantes alunos da turma (5%), assiduidade, (5%) e participação no Blog da Disciplina (10%).
Bibliografia
Neveu, Érik (2004), Sociologie du journalisme, Paris, La Découverte.
Neveu, Érik (2002), “O Jornalismo entre a crise e o renascimento”in Comunicação e Espaço Público, Ano V, nº 1 e 2.
Schudson, Michael (1997), “The sociology of news production”, em D. Berkowitz (ed.), Social Meanings of News, Thousand Oaks/London/New Delhi, Sage, pp. 7-30.
Murdock, Graham (1999), “Concentration and ownership in the era of privatization”, em P. Marris e S. Thornham (eds.), Media Studies: A reader, Edimburgo, Edinbugh University Press, pp. 142-155.
Bromley, Michael (1997), “The end of journalism? Changes in workplace practices in the press broadcasting in the 1990’s”, em M. Bromley e T. O’malley (eds.), A Journalism Reader, pp. 330-350.
Mesquita, Mário (2004), “Percepções contemporâneas do poder dos media”, em M. Mesquita, O Quarto Equívoco: O poder dos media na sociedade contemporânea, Coimbra, Minerva Coimbra, pp. 71-78.
Mesquita, Mário (2004), “A responsabilidade social do jornalista na perspectiva do mínimo ético”, em M. Mesquita, O Quarto Equívoco: O poder dos media na sociedade contemporânea, Coimbra, MinervaCoimbra, pp. 269-275.
Mesquita, Mário (2004), “As profissões dos media na era da comunicação transfronteiriça”, em M. Mesquita, O Quarto Equívoco: O poder dos media na sociedade contemporânea, Coimbra, MinervaCoimbra, pp. 193-204.
Patterson, Thomas (2003), “Tendências do jornalismo contemporâneo”, Media & Jornalismo, nº 2, pp. 19-47.
Ponto 2:
Wolf, Tom ( 2000), El Nuevo Periodismo, Barcelona, Editorial Anagrama
Mesquita, Mário (2004), “Envolvimento ou distanciamento na conduta do jornalista”, em M. Mesquita, O Quarto Equívoco: O poder dos media na sociedade contemporânea, Coimbra, MinervaCoimbra, pp. 41-52.
Girardi Jr., Liráucio, «A Reportagem como Experiência Etnográfica», in http://www.jsfaro.pro.br/downloads/a%20reportagem%20como%20experiencia%20etnografica.doc.
Traquina, Nelson e Mesquita Mário (2003), Jornalismo Cívico, Lisboa, Livros Horizonte.
Glasser, Theodore (1999), The Idea of Public Journalism, Nova Iorque/Londres, Guilford Press.
Eksterowick, Anthony e Roberts, Robert (2000), Public Journalism and Political Knowledge, Oxford, Rowman & Littlefield.
Cramer, Janet e McDevitt, Michael (2004) “Ethnographic Journalism”, em Sharon Iorio (ed.), Qualitative Research in Journalism: Taking it to the Streets, Mahwah, Lawrence Erlbaum, pp. 127-144.
Meyer, Philip (1993), Periodismo de Precisión: Nuevas fronteras para la investigación, Barcelona, Bosch.
DeFleur, Margaret (1997), Computer-Assisted Investigative Reporting, Mahwah, Lawrence Erlbaum.
Nora, Paul (1999), Computer-Assisted Research: A guide to tapping online information, Chicago, Bonus Books.
Canavilhas, João (2004) Os Jornalistas Portugueses e a Internet, em www.bocc.ubi.pt.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Programa da Disciplina
1.O paradigma jornalístico tradicional e os “novos jornalismos
1.1. Características canónicas do paradigma tradicional.
1.1.1. Saberes jornalísticos
1.1.2. Valores jornalísticos
1.2. Contextos de mudança: organizações, empresas e tecnologias
1.3. A mediação entre Estado e Sociedade: poderes e públicos
2. Os vários “novos jornalismos”
2.1. O “novo jornalismo”: história e influência social e cultural.
2.2. O Jornalismo na era digital
2.3. Jornalismo cívico e comunitário.
2.4. O papel dos blogues. Blogues e Jornalismo
2.5. jornalismo de precisão e jornalismo assistido por computador.
2.6. O jornalismo etnográfico
Objectivos da Disciplina
2. Identificar e avaliar os novos percursos do campo jornalístico: jornalismo público e cívico, jornalismo de precisão e jornalismo assistido por computador, Jornalismo Etnográfico, webjornalismo e jornalismo on-line.
3. Identificar e desenvolver algumas competências jornalísticas relacionadas com esses movimentos e tendências de ruptura.