quinta-feira, 6 de novembro de 2008

É possível ser multi-funções sem ameaçar a qualidade?

"As novas alterações estruturais da indústria mediática conduziram (...) à concentração de um número maior de tarefas num número menor de trabalhadores".

Há muito que na imprensa regional o jornalista é multi-tarefas. A ponto de provocar o espanto a colegas da imprensa nacional, quando estes tomam contacto com uma realidade diferente e mostram dificuldade em perceber como se podem tirar apontamentos e fotografar ao mesmo tempo. Eles que por vezes até têm quem lhes conduza o carro e podem recorrer a profissionais para lhes compilar informação com vista a uma investigação.

Mas o jornalismo multi-funções, com a disseminação das novas tecnlogias da informação e comunicação (TIC), ganhou outra dimensão. A frase que li no texto do professor fez-me lembrar as novas atribuições dos jornalistas da Lusa. Neste momento, embora ainda em período experimental, os jornalistas da âgência andam com bloco, câmara digital, para captar vídeos ( de onde podem retirar as imagens) e ainda o tripé. Tudo desmontável, numa mochila que carregam às costas. Desde há umas três semanas que acontece o mesmo com o correspondente aqui na Cova da Beira.

Acho bem que os jornalistas se valorizem, que aprendam a trabalhar em várias plataformas. Já tenho algumas reservas em relação ao produto final. Se em alguns casos não fará grande diferença montar a câmara, controlar a imagem, o som e ouvir com atenção o que é transmitido, não me parece que isso seja sempre possível, sem pôr em causa o resultado final, sem descuidar algum aspecto.

Uma coisa é ser versátil, outra são as imposições das empresas que em algumas circunstâncias podem ir para além do razoável. O aproveitamento de sinergias deve ter limites, até porque as "linguagens" utilizadas nos diferentes meios têm características próprias.

Imagem pilhada do blog Gravyway.

Ana Rodrigues

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