domingo, 30 de novembro de 2008

As competências do jornalista em ambiente web: revisões

Eric Meyer (2001) refere como competências essenciais do jornalista da web, o aspecto tecnológico e, principalmente, o profissional, fundamentados por um conhecimento sólido na busca de informação significativa, numa organização de forma eficiente e numa apresentação eficaz, em prol das exigências das audiências. Segundo esta perspectiva, mais importante que dominar a parte tecnológica é deter uma sólida base profissional como jornalista e, em consequência, possuir pensamento crítico e perceber as técnicas de escrita.
Para Lasica (1997), torna-se fundamental ao jornalista do novo suporte, interiorizar os princípios que os jornalistas tradicionais assimilaram: boas técnicas de entrevista, capacidades sólidas de pesquisa, tenacidade, velocidade, rigor, flexibilidade e uma escrita atractiva, para dar uma maior consistência à notícia agora veiculada através de fóruns, inquéritos, materiais de background, documentos de suporte, áudio, vídeo, mapas e gráficos interactivos, arquivos pesquisáveis, entre outros. Por outro lado, torna-se essencial uma dedicação e actualização constante de conhecimentos que emergem a um grande ritmo e impõem um estudo das novas ferramentas, do HTML e Webdesign, assim como, torna-se fundamental o desenvolvimento de um conjunto versátil de capacidades e a participação em discussões on-line.
Os jornalistas devem adquirir conhecimentos relativos às ferramentas básicas da web, de forma a utilizar a Internet para pesquisar informação, programação básica de HTML para dominarem a construção das páginas web, produção digital de áudio e vídeo e técnicas de programação na web relacionadas, para adicionar elementos multimédia ao texto jornalístico, desafiando-lhe a elaborar modelos de narrativa, técnicas de edição, sistemas de circulação e géneros jornalísticos adequados ao entorno do ciberespaço (Doug Millison, 1999).
Efectivamente, a transposição de conteúdos jornalísticos para a Internet teve particular consequência a prazo, com o investimento em recursos humanos adaptados às características do novo meio. Estes profissionais, detentores de conhecimentos ao nível da interactividade e manipulação simultânea de texto, som e vídeo, ramificada em múltiplas comunidades virtuais fisicamente distribuídas, rapidamente passaram a operar com ferramentas como o hipertexto e respectivos programas de escrita, correio electrónico, transferência de ficheiros, motores de busca na web e grupos de discussão, bem como, a lidar com uma quantidade imensa de dados, nem sempre fiáveis, disponíveis na maior rede de redes de computadores do mundo (Bastos, 2000).

A Internet além de criar novas formas de jornalismo também exige um novo perfil de conhecimento para o profissional que assimila novas competências (Carl Stepp, 1996) . Nesse sentido, Arturo Merayo Pérez (2000) refere que as alterações efectuam-se ao nível da sua formação, reflectidas na capacidade multimédia, na qual todos os meios serão multimeios, exigindo do profissional da comunicação aptidões e apetências para trabalhar com as diversas elementos integrantes da informação multimédia.
Para Concha Edo (2000), as competências multimédia tem que ver com uma conversão dos jornalistas em fornecedores de conteúdos, tanto para jornais, rádio, televisão e Internet.

Perante este cenário, Anabela Gradim (2002), afirma que o jornalista do futuro será uma espécie de «MacGyver», um profissional multifacetado, trabalhando sozinho, equipado com uma câmara de vídeo digital, telefone satélite, laptop com software de edição de vídeo e html, e ligação sem fios à Internet. Um «One man Show», como Gradim lhe chama, capaz de produzir e editar notícias para vários media: a televisão, um jornal impresso, o site da empresa na Internet, e ainda áudio para a estação de rádio do grupo.

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