domingo, 30 de novembro de 2008

Citizen journalism: alguns sites

NowPublic

Ohmynews International

Wikinews

Citizen Journalism (6)

Um relatório bastante interessante sobre jornalismo participativo aqui

Citizen Journalism (5)

Sobre participatory journalism, ver aqui:

Citizen Journalism (4)

Open Source Journalism aqui

Citizen Journalism (3)

Mais um importante texto sobre Citizen Journalism

Citizen Journalism (2)

Eis um excelente e importante texto sobre Citizen Journalism

Citizen Journalism (1)

e também aqui

Citizen journalism:

Pode encontrar referências sobre Citizen Journalism aqui

O jornalismo online sm sentido genérico

Citizen journalism, also known as public or participatory journalism or democratic journalism[1], is the act of citizens "playing an active role in the process of collecting, reporting, analyzing and disseminating news and information," according to the seminal report We Media: How Audiences are Shaping the Future of News and Information, by Shayne Bowman and Chris Willis. They say, "The intent of this participation is to provide independent, reliable, accurate, wide-ranging and relevant information that a democracy requires."[2] Citizen journalism should not be confused with civic journalism, which is practiced by professional journalists. Citizen journalism is a specific form of citizen media as well as user generated content.
Mark Glasser, a longtime freelance journalist who frequently writes on new media issues, gets to the heart of it:
The idea behind citizen journalism is that people without professional journalism training can use the tools of modern technology and the global distribution of the Internet to create, augment or fact-check media on their own or in collaboration with others. For example, you might write about a city council meeting on your blog or in an online forum. Or you could fact-check a newspaper article from the mainstream media and point out factual errors or bias on your blog. Or you might snap a digital photo of a newsworthy event happening in your town and post it online. Or you might videotape a similar event and post it on a site such as YouTube.
Fonte : Wikipedia

As competências do jornalista em ambiente web: revisões

Eric Meyer (2001) refere como competências essenciais do jornalista da web, o aspecto tecnológico e, principalmente, o profissional, fundamentados por um conhecimento sólido na busca de informação significativa, numa organização de forma eficiente e numa apresentação eficaz, em prol das exigências das audiências. Segundo esta perspectiva, mais importante que dominar a parte tecnológica é deter uma sólida base profissional como jornalista e, em consequência, possuir pensamento crítico e perceber as técnicas de escrita.
Para Lasica (1997), torna-se fundamental ao jornalista do novo suporte, interiorizar os princípios que os jornalistas tradicionais assimilaram: boas técnicas de entrevista, capacidades sólidas de pesquisa, tenacidade, velocidade, rigor, flexibilidade e uma escrita atractiva, para dar uma maior consistência à notícia agora veiculada através de fóruns, inquéritos, materiais de background, documentos de suporte, áudio, vídeo, mapas e gráficos interactivos, arquivos pesquisáveis, entre outros. Por outro lado, torna-se essencial uma dedicação e actualização constante de conhecimentos que emergem a um grande ritmo e impõem um estudo das novas ferramentas, do HTML e Webdesign, assim como, torna-se fundamental o desenvolvimento de um conjunto versátil de capacidades e a participação em discussões on-line.
Os jornalistas devem adquirir conhecimentos relativos às ferramentas básicas da web, de forma a utilizar a Internet para pesquisar informação, programação básica de HTML para dominarem a construção das páginas web, produção digital de áudio e vídeo e técnicas de programação na web relacionadas, para adicionar elementos multimédia ao texto jornalístico, desafiando-lhe a elaborar modelos de narrativa, técnicas de edição, sistemas de circulação e géneros jornalísticos adequados ao entorno do ciberespaço (Doug Millison, 1999).
Efectivamente, a transposição de conteúdos jornalísticos para a Internet teve particular consequência a prazo, com o investimento em recursos humanos adaptados às características do novo meio. Estes profissionais, detentores de conhecimentos ao nível da interactividade e manipulação simultânea de texto, som e vídeo, ramificada em múltiplas comunidades virtuais fisicamente distribuídas, rapidamente passaram a operar com ferramentas como o hipertexto e respectivos programas de escrita, correio electrónico, transferência de ficheiros, motores de busca na web e grupos de discussão, bem como, a lidar com uma quantidade imensa de dados, nem sempre fiáveis, disponíveis na maior rede de redes de computadores do mundo (Bastos, 2000).

A Internet além de criar novas formas de jornalismo também exige um novo perfil de conhecimento para o profissional que assimila novas competências (Carl Stepp, 1996) . Nesse sentido, Arturo Merayo Pérez (2000) refere que as alterações efectuam-se ao nível da sua formação, reflectidas na capacidade multimédia, na qual todos os meios serão multimeios, exigindo do profissional da comunicação aptidões e apetências para trabalhar com as diversas elementos integrantes da informação multimédia.
Para Concha Edo (2000), as competências multimédia tem que ver com uma conversão dos jornalistas em fornecedores de conteúdos, tanto para jornais, rádio, televisão e Internet.

Perante este cenário, Anabela Gradim (2002), afirma que o jornalista do futuro será uma espécie de «MacGyver», um profissional multifacetado, trabalhando sozinho, equipado com uma câmara de vídeo digital, telefone satélite, laptop com software de edição de vídeo e html, e ligação sem fios à Internet. Um «One man Show», como Gradim lhe chama, capaz de produzir e editar notícias para vários media: a televisão, um jornal impresso, o site da empresa na Internet, e ainda áudio para a estação de rádio do grupo.

Journalism Online em sentido restrito: algumas revisões

O jornalismo online também se caracteriza pela imediatidade. Isto é cada vez menos depende das limitações de tempo, podendo mesmo permitir a divulgação de informações em tempo real sem carecer da observância de uma periodicidade pré-definida.

Journalism Online em sentido restrito: algumas revisões

A multimedialidade refere-se à convergência dos formatos dos media tradicionais (texto, som e imagem estáticas e em movimento). O jornalismo na web utiliza o texto e, assimilando algumas características do jornal impresso, recorre ao som, herdando algumas especificidades da rádio, podendo oferecer um som original, quer através de jornalistas, mas também através de eventuais intervenientes no conteúdo da notícia que confirmam o texto, assumindo um conteúdo intertextual e polifónico. A imagem captada no local do acontecimento é outro recurso multimédia passível de ser utilizado na webnotícia. A imagem vem reforçar a notícia à qual se reporta, transmitindo maior veracidade e objectividade do que uma simples descrição do acontecimento.

Journalism Online em sentido restrito: algumas revisões

O conceito de personalização consiste na opção oferecida ao utilizador para configurar os produtos jornalísticos de acordo com os seus interesses individuais. É um processo que conta com sites noticiosos que permitem a pré-selecção dos assuntos, bem como, a sua hierarquização e escolha de formato de apresentação visual (diagramação). Assim, quando o site é acedido, a página de abertura é carregada na máquina do utilizador, atendendo a padrões previamente estabelecidos, da sua preferência. (Mielniczuk e Palácios, 2001).
A personalização pensa a configuração dos produtos de acordo com os interesses individuais dos usuários. Mas, o facto do utilizador percorrer os seus próprios trajectos, optando entre os links disponíveis e construindo uma linearidade narrativa particular, também caracteriza uma forma de personalização.
A informação personalizada é uma prática cada vez mais comum no webjornalismo porque possibilita o acesso por parte do leitor às notícias dos assuntos da sua preferência. Possuindo uma informação cada vez mais específica e individualizada, tem recebido um reconhecimento e uma procura significativa por parte das audiências deste novo suporte (Guérin, 1996).
Alvarez Fernández (1996) constata que o mercado se segmentou, sectorizou, sob uma poderosa tendência para o individualismo. Cada pessoa, consumidor de informação e comunicação, sente-se em condições, perante a multiplicidade da oferta e as facilidades de acesso, de organizar a sua própria ementa, de decidir o que lhe interessa e gosta a cada momento. E um dos pontos fulcrais para o futuro, circundará em torno da oferta de serviços «a la carte» e da possibilidade de os jornais se transformarem em pontos de venda de serviços.
Por seu lado, Nicholas Negroponte (1996: 164) sublinha que esta prática dá destaque aos interesses particulares e específicos de cada leitor, permitindo-lhe o acesso apenas aos artigos por si desejados, uma espécie de Daily me («diário de Mim»), onde a audiência tem a possibilidade de montar os seus pacotes informativos próprios, de acordo com as suas necessidades, ausentes de limitações espaço-temporais.

Journalism Online em sentido restrito: algumas revisões

A interactividade manifesta-se quando existe uma comunicação mediada por tecnologias - Um tipo de relação que faz com que o comportamento de um sistema modifique o comportamento do outro.
Os meios de comunicação social tradicionais sempre tiveram algum tipo de interactividade, como nas secções de cartas de jornais e televisões e nos telefonemas para programas de rádio (talk rádio), mas é através do webjornalismo que essa interactividade se intensifica. Efectivamente, a interactividade é uma das características mais proeminentes que distingue os media digitais dos media tradicionais. A tecnologia da Internet permite uma verdadeira comunicação bi-direccional, utilizando o correio electrónico e os fóruns de discussão como meios de interligação na comunicação de massas ou na comunicação relacional em pequena escala (Kopper et al., 2000).
Existe uma «automatização» na leitura das notícias através dos hiperlinkes, com a possibilidade do leitor enviar formulários com comentários sobre uma notícia e ver as suas observações colocadas imediatamente à disposição de outros leitores, assim como, a facilidade de participação em votações sobre temas polémicos (Millison, 1999).
Actualmente, os jornalistas, não se resumem só à publicação das notícias. Eles encetam um processo que lhes permite desenvolver um diálogo, em tempo real, entre um jornalista e um leitor ou entre jornalistas e leitores (Pavlik, 2000).
Segundo Luciano Martins (cit. In Mielniczuk, 1999), a interactividade funciona como um sinal de que aquele conteúdo alcançou o leitor de uma maneira mais emocional ou até mais profunda, e o feed-back processa-se pelo seu e-mail, como mensagem de retorno.
Esse impulso é transmitido pelos jornais da web através dos emails, em todas as edições, por meio de uma tela que remete aos e-mails das edições e de outras secções do jornal como assinaturas do jornal, clube do assinante, entre outros, e através do fórum, uma secção que disponibiliza mensagens enviadas pelos leitores a respeito de assuntos propostos ao debate pelo jornal. Será necessário, para que haja interactividade no jornal na web, uma actualização constante, uma agilidade para tratar e divulgar informações, uma forma de hipertexto para facilitar a localização da informação, um design adequado à Internet, uma diversificação dos assuntos oferecidos pelo jornal, um arquivo e uma possibilidade de pesquisa/modo de busca (Mielniczuk, 1999).
De acordo com Bardoel e Deuze (2000), a notícia na web consegue colocar o leitor como parte activa do processo jornalístico, quer na troca de emails entre leitores e jornalistas, através da disponibilização da opinião dos leitores, como se passa em sites que albergam fóruns de discussões e através de chats com jornalistas. Arlindo Machado (1997) lembra que a interactividade ocorre também no contexto da própria notícia, considerando que a navegação pelo hipertexto também pode ser classificada como uma situação interactiva.

Quanto aos aspectos necessários para um jornal online ser interactivo, os utilizadores apontam a actualização constante; a agilidade para tratar e divulgar informações; a forma de hipertexto (para facilitar a localização da informação); o design adequado à Internet; a diversificação de assuntos oferecidos pelo jornal; o arquivo e a pesquisa/modo de busca.

Journalism Online em sentido restrito: algumas revisões

A imediatidade, a multimedialidade, a interactividade, e a hipertextualidade e a personalização são elementos que caracterizam o jornalismo online.
A hipertextualidade é uma escrita/leitura não linear num sistema informático.Implica Um processo que permite um acesso não sequencial à informação, por meio de ligações de textos entre si, podendo passar-se de um assunto para outro por meio de conexões, assim como, estabelecer referências cruzadas, criar documentos novos, estabelecendo conexões entre todas as partes dos temas consultados e depois seleccionados. Mas, o hipertexto quando sofre uma extensão através de elementos sonoros ou audiovisuais, chama-se «hipermédia». As ligações dinâmicas que se estabelecem no hipermédia permitem que imagens e sons se associem de modo linear a textos e a outros sons e imagens de forma a facultar um sistema de circulação fluente nos signos que compõem a gramática áudio-scripto-visual.
A hipertextualidade torna-se fundamental no jornalismo da web porque traz a possibilidade de inter-conectar textos noticiosos através de hiperligações para outros textos complementares (fotos, sons, vídeos ou animação), outros sites relacionados com o assunto ou material de arquivo dos jornais. Trata-se de um padrão de organização da informação que até então não tinha sido utilizado na narrativa jornalística.

Jornalismo On Line: algumas revisões

Recordando alguns elementos de análise de jornalismo on line de aulas imediatamente anteriores:
Em primeiro lugar, diferenciei jornalismo on line num sentido restrito de Jornalismo OnLine num sentido amplo.

No sentido restrito, jornalismo online é a produção e edição de um texto noticioso num ambiente digital.
No sentido amplo é o conjunto de práticas jornalísticas realizadas na WEB: Citizen journalism, participative journalism, wikijournalism, por exemplo.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O futuro dos Meios de Comunicação

Qual será o futuro dos meios de comunicação? Está para breve o fim dos meios de comunicação, como os conhecemos? Que perigos nos reserva o futuro?

Como se vê as perguntas são muitas, contudo as respostas estão para surgir e de certo não serão as mais corretas.Porém para percebermos melhor este tema será pertinente vermos o seguinte video que se segue…


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Escrita na Imprensa Vs na Net

Nas deambulações pela Net encontrei algumas páginas que me parecem de assinalável pertinência para ajudar na webreportagem que ficámos de fazer e para complementar a matéria de que falámos na última aula. Achei que pode ter interesse partilhar.

Uma sobre as diferenças entre escrever para um jornal tradicional e conteúdos na Web.

Outra, do mesmo autor, sobre curiosidades que podem ser úteis e dicas sobre como escrever para a Internet.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Mudanças nos media

No universo da informação deu-se recentemente uma mudança fundamental. Essa mudança teve que ver com o aparecimento da Internet, que introduziu nesta área, regras novas e novos modos de funcionamento.
Antes da Internet aparecer, existia sempre um filtro entre quem produzia a informação e quem a consumia. Nos jornais, nas rádios e nas estações de televisão existia, entre o jornalista que redigia a notícia e o público, uma cadeia hierárquica que avaliava a qualidade do texto, a sua veracidade, o seu respeito por princípios éticos e deontológicos.
Na Internet, isso não existe. Nos “sites” pessoais ou nos “blogs”, a noticia passa directamente das mãos de quem a escreve para quem a lê. Não existe qualquer filtro que evite excessos ou imponha o respeito por certas regras. Todos os disparates, mentiras, ataques pessoais, vinganças, difamações são possíveis.
Claro que isto não teria grande importância se se circunscrevesse ao universo da Internet, só que a Internet começou a contagiar os outros media. A partir do momento em que uma notícia aparece num “site” ou num “blog”, dá-se por vezes início a um processo diabólico. Os jornais tablóides, que antes não admitiam ponderar sequer a publicação de determinada notícia sentem-se protegidos pela sua divulgação na Internet e fazem manchete com ela. Atrás dos tablóides vêm as televisões. E atrás das televisões vêm os jornais chamados “de referência”. Que critérios regem este processo? Nenhuns.
Assim, chegamos a um paradoxo: a liberdade de imprensa, sem a qual não existe democracia, começa a ameaçar a convivência democrática e a existência cultural.
Uma questão de fundo está latente em toda a problemática analisada: qual a função, papel e responsabilidade dos media na nossa sociedade?
Não podem esquecer que existem regras e princípios básicos cuja preservação se afigura essencial para que a comunicação não se transforme noutra coisa qualquer ou numa mistura de outras coisas (espectáculo, publicidade, ficção, divertimento, propaganda…) e que procure pelo contrário ser um elemento essencial para a construção e funcionamento da democracia assente em bens culturais.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Jornalismo ou Literatura

Depois de terminada a matéria sobre o NewJournalism, deixo aqui um post que considero interessante sobre as relações entre Jornalismo e Literatura.
Jornalismo ou Literatura? Mas que pergunta! A história está cheia de grandes romancistas que ganharam o pão como repórteres. Mark Twain, Chesterton, García Márquez, Hemingway, Vargas Llosa, Ilia Erenburg, são nomes que nos vêem à memória sem esforço, só para citar alguns exemplos memoráveis. Balzac, Salgari ou Galdós publicaram grande parte das suas obras como folhetins nos jornais, e inclusive houve filósofos que usaram o mesmo sistema com alguns dos seus mais importantes ensaios, como por exemplo, Ortega e Gasset e a sua “Rebelião das Massas”. Ou seja, que jornalismo e literatura têm andando juntos durante muito tempo e que não são poucos os que imaginam que o jornalismo em si é um género literário, talvez um subgénero, enfim, no universo das letras.
Jornalismo ou literatura, ficção ou informação. O dilema não está apenas nisso. A ficção é informação muitas vezes. Aliás, unicamente através da ficção é possível em certas ocasiões contar alguns acontecimentos da nossa realidade. As notícias, as reportagens, não só devem ser verdadeiras, talvez possam não o ser, mas têm de resultar credíveis. Os romances não têm porquê, ainda que respondam a uns factos certos e comprovados.
A questão não está em saber se uma boa reportagem se pode arruinar com a realidade, mas na atitude de quem a escreve e de quem a lê, quer se trate de um texto informativo, quer pretenda ser uma obra literária. Algumas grandes reportagens, a famosa “História de um náufrago” de García Márquez, por exemplo, são também extraordinárias narrações, autênticas obras-primas da literatura universal. Por outro lado, existem livros, que não poderiam ter sido escritos, provavelmente, sem a capacidade de observação e o amor pelo detalhe que qualquer repórter deve possuir.
Sem dificuldade se percebe que jornalismo e literatura vivem numa espécie de fusão amorosa não explicada na qual são, no fim de contas, indiferenciáveis os seus perfis individuais. No entanto, na minha opinião, jornalismo e literatura são duas carreiras muito diferentes, ainda que se possam exercer as duas ao mesmo tempo. Naturalmente, têm não pouco que ver entre si, sobretudo se considerarmos o tratamento da escrita, mas há algo que a meu ver as distancia, algo muito mais importante do que o rigor dos dados que utilizem ou o respeito pela verosimilhança do que contam. Estou a referir-me ao sentido do tempo em cada caso. O jornalismo descansa no efémero, é a sua razão de ser. A literatura sofre a atracção do tempo.
Este sentido do tempo, no jornalismo, é uma coisa especial. A antecipação, o chegar antes, parece que forma parte da sua condição vital. É um mundo de pressas, no qual a reflexão se faz numa prática…quando se faz, e ainda é melhor fugir dela, pois já se sabe que os jornalistas são responsáveis por narrar os factos independentemente das consequências que isso tenha. Os jornais saem todos os dias, escrevem-se todos os dias, nascem e extinguem-se diariamente. O tempo arrasa-os com uma facilidade incrível. O tempo é mais forte do que os juízes, que a censura, que os leitores e que a verdade.
Nada que se faça tão apressadamente como um jornal pode perdurar, e não tem sentido encará-lo, por isso, com ânimo literário. Por isso, entre jornalismo e literatura, bem, os jornais podem conter textos literários, como complemento das exigências do leitor. Porém, um diário vende-se, sobretudo, pelas suas notícias; pelo interesse, a importância e o impacto que tenham as suas notícias. Porém, não se deve tirar a conclusão de que não é preciso escrever bem para ser jornalista. Sujeito, verbo e predicado são a regra de ouro desta profissão. Uma coisa demasiado clássica para ganhar um prémio Nobel, mas que não deve ser tão fácil de pôr em prática, a avaliar pelas agressões à sintaxe com as quais os jornais nos presenteiam todos os dias.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

É possível ser multi-funções sem ameaçar a qualidade?

"As novas alterações estruturais da indústria mediática conduziram (...) à concentração de um número maior de tarefas num número menor de trabalhadores".

Há muito que na imprensa regional o jornalista é multi-tarefas. A ponto de provocar o espanto a colegas da imprensa nacional, quando estes tomam contacto com uma realidade diferente e mostram dificuldade em perceber como se podem tirar apontamentos e fotografar ao mesmo tempo. Eles que por vezes até têm quem lhes conduza o carro e podem recorrer a profissionais para lhes compilar informação com vista a uma investigação.

Mas o jornalismo multi-funções, com a disseminação das novas tecnlogias da informação e comunicação (TIC), ganhou outra dimensão. A frase que li no texto do professor fez-me lembrar as novas atribuições dos jornalistas da Lusa. Neste momento, embora ainda em período experimental, os jornalistas da âgência andam com bloco, câmara digital, para captar vídeos ( de onde podem retirar as imagens) e ainda o tripé. Tudo desmontável, numa mochila que carregam às costas. Desde há umas três semanas que acontece o mesmo com o correspondente aqui na Cova da Beira.

Acho bem que os jornalistas se valorizem, que aprendam a trabalhar em várias plataformas. Já tenho algumas reservas em relação ao produto final. Se em alguns casos não fará grande diferença montar a câmara, controlar a imagem, o som e ouvir com atenção o que é transmitido, não me parece que isso seja sempre possível, sem pôr em causa o resultado final, sem descuidar algum aspecto.

Uma coisa é ser versátil, outra são as imposições das empresas que em algumas circunstâncias podem ir para além do razoável. O aproveitamento de sinergias deve ter limites, até porque as "linguagens" utilizadas nos diferentes meios têm características próprias.

Imagem pilhada do blog Gravyway.

Ana Rodrigues

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A teia da concentração dos media

A concentração tem sido a tendência. Na Europa o grupo alemão Bertelsman e o francês Havas são proprietários de uma imensidão de órgãos de informação.
Em Portugal o caminho tem sido o mesmo. Impresa, Cofina, Media Capital e a Controlivenste de Joaquim de Oliveira são detentoras de jornais, revistas, televisões e outras plataformas.

Se uma imprensa livre é um dos principais garantes da democracia, se os media podem ter um contributo importante no nível de desenvolvimento de um País, partindo do princípio que as pessoas são mais esclarecidas, talvez fosse melhor haver uma maior preocupação com a concentração da propriedade dos media, porque o pluralismo está certamente a ser gravemente ferido.

Corre-se o risco de a liberdade de imprensa passar a ser uma espécie de "liberdade de empresa", como lhe chamou Claude Julien.

Por um lado, os media são vistos como o "quarto poder". Embora haja quem defenda que o poder mediático é o segundo poder, atrás do económico e financeiro. Por outro, já dizia Serge Halimi, os media devem ser "os cães de guarda do poder", no sentido de serem vigilantes e não permitirem abusos.

É indiscutível a influência que os media exercem na sociedade. O impacto que têm a vários níveis. A sua capacidade de estruturar a sociedade, de nos dizerem sobre o que pensar e o que debater, ao agendarem uns temas em detrimento de outros, ao darem tempo de antena ao João e ignorarem o que diz o Manuel.

Acontece que também os detentores do dinheiro, e portanto potenciais aglutinadores de órgão de comunicação social, têm bem presente essa realidade. E se para além do objectivo da maximização do lucro, o que por si já acarreta constrangimentos na forma como se trabalha, estes magnatas tiverem outro tipo de pretensões?

Há uns anos, Emídio Rangel dizia que a SIC, então líder de audiências, tanto era capaz de vender sabonetes como presidentes da república. Não creio que isoladamente tivesse esse poder, embora pudesse dar um sério contributo. Mas nesta nova realidade, a da concentração, não duvido da eficácia de uma eventual estratégia concertada, com eco na TV, rádio, jornais, revista e sites.

Os pequenos jornais vivem cada vez em maiores dificuldades. Se pensarmos que até o jornal regional que na altura tinha maior tiragem nacional, o Jornal do Fundão, teve de ser vendido à Lusomundo para sobreviver...

Tenho a certeza que a maior parte dos jornalistas tenta fazer um trabalho honesto, embora sempre olhado com desconfiança, com segundas intenções e com o escrutínio de muita gente tendenciosa. Acredito piamente que a esmagadora maioria não se presta a subserviências. Mas e os interesses ocultos que quem manda possa ter? Isso não é fácil controlar. E o chefe pode até não dizer "não quero que escrevas sobre isto ou aquilo", no entanto, pode impor uma agenda conveniente...

São apenas algumas reflexões dispersas na sequência da leitura do post em que são referidas as ameaças as pluralismo e as suas consequências. É também um assunto que merece alguma atenção para compreendermos um pouco melhor esta TEIA.

Ana Rodrigues

Link Journalism

Sendo a cadeira de Novos Jornalismos achei interessante este endereço. Durante uma pesquisa encontrei o "Link Journalism" ou "Jornalismo de Ligação" e achei interessante o texto. Parece-me que este tipo de jornalismo acaba por ser uma junção de vários outros tipo. Deixo aqui o link.

http://www.readwriteweb.com/archives/link_journalism.php